Integrações via API: O que é e como funciona essa tecnologia

A inovação é uma das principais características da era digital, onde a automação é um caminho trilhado por muitas empresas que querem se destacar no mercado. Nesse quesito, a integração via API permite às empresas otimizarem a adaptação de seus sistemas e automatizar rotinas manuais.

Antigamente, para as empresas da época, entre cinco e dez aplicações atendiam todas as operações. Com o passar dos tempos, a medida que cresciam e a era digital avançava, cada departamento acumulou um conjunto de ferramentas centradas em tarefas específicas da sua área, porém, de maneira orgânica e pouco organizada.

Hoje, essas mesmas empresas usam em torno de 1.200 aplicações. Tudo funciona bem isoladamente, mas as ferramentas não interagem umas com as outras. Então, as mesmas ferramentas que permitem organizar e fazerem o que fazem melhor, também trouxeram um desafio: permitir que os dados se movam entre elas. 

Quando isso não acontece, é um vaivém entre aplicações diferentes, necessidade de registrar os mesmos dados duas vezes e, consequentemente, desalinhamento entre os departamentos. O resultado? Ineficiência e fragmentação.

Nesse cenário surge a opção da integração via API, ao lado dos métodos de integração tradicionais

Ficou curioso para saber mais e como Integração via API pode ajudar você e sua empresa? Neste artigo, vamos mostrar o que fazem as APIs, os benefícios de utilizá-las e por que vale a pena sua empresa investir na integração via API.

O que é API?

API “Application Porgramming Interface” que significa em português “Interface de Programação de Aplicativos”, é um conjunto de rotinas e padrões de programação para acesso a um aplicativo ou plataforma.

É através da integração via API que dados são trocados entre sistemas distintos, e isso permite que tarefas automatizadas sejam pré-definidas, e quando determinada informação de um sistema for obtida, outra ação é iniciada automaticamente.

Toda API tem um endereço, um meio de transporte e os métodos que explicam como computadores ou aplicações devem se comunicar. Na prática, essa comunicação acontece assim:

  • Request: a aplicação chama uma API. Se o request for válido, a API chama a aplicação ou o servidor requisitado.
  • Response: app ou servidor requisitado responde a requisição, e a API transfere os dados à aplicação que iniciou o chamado.

Resumidamente, Integração via API é um intermédio entre softwares, aplicativos ou plataformas. A ideia é que tecnologias heterogêneas interajam com o mesmo objetivo.

Quais os benefícios de fazer integração via API?

Desde a sua criação, as APIs vem facilitando diversas rotinas de trabalho dentro das empresas, otimizando, automatizando e ajudando na escalabilidade dos negócios.

Conheça alguns dos benefícios proporcionados pela integração via API:

Facilidade para integrar

A facilidade de integração está entre os principais benefícios das APIs, e é graças aos padrões definidos, que facilita o trabalho dos desenvolvedores de integrar em seu código.

Embora seja necessário dedicar um tempo de leitura e entendimento à documentação da API, no geral, é um sistema completamente acessível para integrar a qualquer tecnologia que você utilize. 

Automatização de processos

O trabalho com as APIs também é uma ótima forma de diminuir atividades manuais. A integração ajuda na automatização de  tarefas, o que significa que você gastará menos tempo lidando com tecnologia.

Imagine que você trabalha com transporte e todos os dias precisa criar manualmente as rotas de entrega. Com uma API você pode otimizar o planejamento de rotas da sua frota, economizando tempo e até mesmo recursos. 

Inovação para sua empresa

A inovação é considerada uma característica da era digital e a automação é o caminho para a inovação e o destaque das empresas no mercado.

Ao contar com uma integração via API, você consegue melhorar a operação de diferentes processos na empresa, que aumentam a eficiência do serviços e desenvolvem os negócios mais rapidamente.

Outra vantagem que deve ser levada em consideração ao implementar um sistema de integração via API, é o aumento da fidelização dos clientes. Uma conexão via API permite que as empresas customizem os sistemas para agradar cada tipo de cliente, e isso impacta tanto na fidelização dos clientes, quanto na produtividade da empresa de forma positiva.

Setores de aplicações de APIs

As APIs são capazes de serem integradas em qualquer área que você imaginar. Vejamos alguns exemplos nos quais uma integração via API pode ajudar:

  • Financeiro
  • Recursos Humanos
  • Marketing
  • Vendas
  • Customer Success
  • Suporte
  • TI
  • Desenvolvimento
  • Administrativo

Por exemplo, supondo que você tenha uma loja virtual, o catálogo de produtos sincronizará com o E-commerce, que vai mandar o pedido via ERP. Após isso, é necessário cadastrar o contato no CRM, tratar das questões relacionadas aos pagamentos e ás entregas.

Se uma simples integração entre o ERP e o E-commerce já impactasse, imagine se tudo estivesse conectado!

Com todos os pontos da sua empresa conectados através da integração via API, você pode orquestrar, automatizar e rastrear tudo o que é necessário para deixar os clientes felizes e fazer com que eles voltem sempre.

Quais são os Tipos de APIs

Podemos dizer que existem quatro tipos de APIs:

  • APIs públicas ou abertas
  • APIs privadas ou internas
  • APIs de parceiros
  • APIs compostas

APIs públicas

As APIs abertas ou públicas são uma interface que foram projetadas para ser de fácil acesso pela população mais ampla da Web e os desenvolvedores móveis. Isto significa que ela pode ser utilizada tanto por desenvolvedores dentro da organização que publicou essa API, quanto por qualquer desenvolvedor externo que deseja ter acesso à interface.

Melhoram o relacionamento de companhias com desenvolvedores e criam novos modelos de negócios, aumentando suas vendas usando APIs. Isso porque, geralmente, essa tecnologia busca atingir a crescente comunidade de desenvolvedores de aplicativos free-agent.

Um grande exemplo de API pública é a do Google Maps, que expõe os dados de seu sistema para consumo externo de parceiros.

APIs privadas

As APIs internas, também conhecidas como APIs privadas, são ocultadas de usuários externos e expostas apenas para sistemas internos de uma empresa. Elas não são usadas para o consumo fora da empresa, mas sim ao uso em diferentes equipes de desenvolvimento interno para melhor produtividade e reutilização de serviços.

Um bom processo de governança consiste em expô-las a um Developer Portal interno de APIs que se conecta aos sistemas internos para autenticar e permitir que os usuários acessem um conjunto correto de APIs.

APIs de parceiros

As APIs de parceiros são APIs expostas por ou para os parceiros de negócios estratégicos. Eles não estão disponíveis publicamente e precisam de direitos específicos para acessá-los.

Assim como as APIs abertas, as APIs de parceiros são a ponta do iceberg porque são as mais visíveis e usadas para se comunicar além dos limites da empresa. Eles geralmente são expostos a um portal de desenvolvedor de API público que os desenvolvedores podem acessar no modo de autoatendimento. Embora as APIs abertas sejam completamente abertas, há um processo de integração com um fluxo de trabalho de validação específico para obter acesso às APIs de parceiros.

APIs compostas

As APIs compostas combinam vários dados ou APIs de serviço. Eles são desenvolvidos usando os recursos de orquestração de API de uma ferramenta de criação de API. Eles permitem que os desenvolvedores acessem vários terminais em uma chamada.

As APIs compostas são úteis, por exemplo, em um padrão de arquitetura de microsserviços em que você precisa de informações de vários serviços para executar uma única tarefa.

APIs de dados e serviços

Além da diferença entre APIs privadas, públicas, de parceiros e compostas, temos outra abordagem para categorizar as APIs: APIs de Dados, APIs de Serviços, APIs de Serviços Externos e APIs de Experiência do Usuário. Vamos ver cada uma delas a seguir:

APIs de Dados

As APIs de dados fornecem acesso CRUD a conjuntos de dados subjacentes para vários bancos de dados ou provedores de nuvem SaaS. Essas APIs são necessárias para servir alguns dados fundamentais provenientes de aplicativos SaaS, com a ajuda de conectores SaaS ou armazenamentos de dados internos.

APIs de Serviços Internos

As APIs de serviço interno consistem em expor serviços internos, refletindo partes de processos internos ou algumas ações complexas.

APIs de Serviços Externos

As APIs de serviço externo são serviços de terceiros que podem ser incorporados aos serviços existentes da empresa para agregar valor adicional.

APIs de Experiência do Usuário

As APIs de experiência do usuário utilizam APIs compostas para ajudar os desenvolvedores de aplicativos a fornecer a experiência certa para cada dispositivo específico (desktop, celular, tablet, VPA, IoT).

Protocolos de API

Para aproveitar esses diferentes tipos de APIs, devemos seguir certos protocolos. Um protocolo fornece regras definidas para chamadas de API. Ele especifica os tipos de dados e comandos aceitos. Vejamos os principais tipos de protocolos para APIs:

REST

Uma API de REST é uma API que se modela aos princípios de projeto do REST ou o estilo de arquitetura do Representational State Transfer. São uma parte importante dos aplicativos web modernos, incluindo Netflix, Uber, Amazon e muitos outros .

As APIs de REST são muitas vezes chamadas de APIs de RESTful, porém para que uma API seja RESTful, ela deve seguir as seguintes regras:

  • Stateless – A API REST é stateless por natureza, Arquitetura Cliente-Servidor
  • Interface uniforme – um cliente e um servidor devem se comunicar um com o outro via HTTP (protocolo de transferência de hipertexto) usando URIs (identificadores de recursos exclusivos), CRUD (criar, ler, atualizar, excluir) e convenções JSON (JavaScript Object Notation).
  • Cliente-servidor – o cliente e o servidor devem ser independentes um do outro. As alterações feitas no servidor não devem afetar o cliente e vice-versa.
  • Cache – o cliente deve armazenar em cache as respostas, pois isso melhora a experiência do usuário, tornando-as mais rápidas e eficientes.
  • Em camadas – a API deve oferecer suporte a uma arquitetura em camadas, com cada camada contribuindo para uma hierarquia clara. Cada camada deve ser fracamente acoplada e permitir o encapsulamento.

SOAP

SOAP é um sistema de protocolo de comunicação padrão que permite que processos usando diferentes sistemas operacionais, como Linux e Windows, se comuniquem via HTTP e XML.

As APIs baseadas em SOAP foram projetadas para criar, recuperar, atualizar e excluir registros como contas, senhas, leads e objetos personalizados. É um protocolo bem estabelecido semelhante ao REST no sentido de que é um tipo de API da Web.

O SOAP foi aproveitado desde o final dos anos 1990 e foi o primeiro a padronizar a maneira como os aplicativos devem usar conexões de rede para gerenciar serviços.

Porém, o SOAP possui regras rígidas, padrões rígidos eram muito pesados e, em algumas situações, consumiam muitos recursos. Exceto para cenários locais existentes, a maioria dos desenvolvedores desenvolve em REST em vez de SOAP hoje em dia.

RPC

Um RPC é um protocolo de chamada procedural remota. Eles são os tipos mais antigos e simples de APIs. O objetivo de um RPC era que o cliente executasse o código em um servidor. XML-RPC usava XML para codificar suas chamadas, enquanto JSON-RPC usava JSON para a codificação.

Ambos são protocolos simples. Embora semelhante ao REST, existem algumas diferenças importantes. APIs RPC são fortemente acopladas, então isso torna difícil mantê-las ou atualizá-las.

Para fazer qualquer mudança, um novo desenvolvedor teria que passar por várias documentações de RPCs para entender como uma mudança afeta a outra.

Como fazer integrações via API

Há algumas formas de integrar sistemas por meio de APIs, com suas vantagens e desvantagens. Vejamos as principais:

1. Integrações nativas

Nesse caso, a integração de uma aplicação com outras está pré-construída. Elas são fornecidas a um baixo custo, normalmente, pela própria organização que as provêm e cobrem os principais casos de uso de uma aplicação.

Porém, é comum que organizações tenham exigências específicas de conexão que as integrações nativas não atendem. É comum integrações nativas não serem atualizadas e melhoradas.

2. Integração in-house

Normalmente é em função das limitações das integrações nativas que as organizações partem para uma abordagem in-house, isto é, para a construção interna da API de integração desde o começo.

A grande vantagem é o alto nível de customização, da qual se beneficiam especialmente as APIs menos complexas de construir.

A desvantagem é o custo. Integrações in-house tomam tempo, seja de desenvolvimento, seja de manutenção. Isso as torna pouco escaláveis quando a organização tem centenas ou milhares de aplicações em uso. 

3. Plataformas de integração

Em função das limitações de custos, energia e escala das integrações in-house, a terceira opção é as plataformas de integração.

A rapidez é garantida pela existência de conectores prontos e pela contínua criação de novos conectores ao longo do tempo, seja pela própria empresa fornecedora, seja pela organização. Outro acelerador é o uso de recursos de low-code, que diminuem a necessidade de codificação e ampliam o uso da plataforma para áreas de negócio.

Elas também facilitam a gestão porque mantém todas as integrações em uma único dashboard.

Por que apostar em um sistema de integração via API?

A fim de ganhar eficiência, agilidade e automatizar tarefas que podem deixar de serem manuais, muitas empresas adotam a integração via API em seus negócios.

Além disso, ao integrar diferentes sistemas, essas ferramentas garantem um grau muito maior de eficiência, pois automatizam atividades burocráticas que levariam muito mais tempo para serem executadas manualmente.

Uma alternativa simples, produtiva e econômica para empresas que não desejam desenvolver um sistema próprio do zero, muitas empresas optam por APIs de terceiros, uma vez que reduz consideravelmente o trabalho e ainda possibilita focar os recursos em atividades mais estratégicas.

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